GT 11 - Memória, trauma e guerra



Pretende-se fomentar uma discussão relacionada à elaboração da memória de eventos traumáticos como guerras, regimes totalitários e autoritários e fenômenos ligados ao terrorismo e refletir sobre os elementos que dizem respeito a essa temática como silêncio, esquecimento, transferências, superdimensionamentos na construção de narrativas orais e mediáticas. Analisaremos o chamado trauma social e a maneira como ele influencia no tempo presente na elaboração de narrativas orais.


Em especial, a II Guerra mundial pelo seu grande impacto social causado por milhões de mortes de civis, genocídio de minorias sociais e destruição de cidades inteiras ainda causa uma grande influência na elaboração de memórias relativas a esse acontecimento no tempo presente, portanto, se faz um evento em potencial para a análise de caminhos metodológicos na História Oral para a discussão do trauma e seus efeitos.


Dentro da história nacional, um evento em potencial para a análise do trauma social é a ditadura militar que até hoje é motivo de discussão de projetos relacionados à preservação do patrimônio documental relacionado a essa memória como a recente discussão sobre a abertura de arquivos políticos dos governos militares. Seu impacto é ainda ligado à preocupação acerca de informações sobre desaparecidos políticos e outras potenciais vítimas do regime.


Tal discussão poderá ser feita a partir de estudos que explorem tanto a metodologia e história de grupos sociais ligadas à construção desse tipo de memória em particular como análises que privilegiem a sua difusão por meio de linguagens audiovisuais ligadas à contemporaneidade como, por exemplo, o cinema.

 

 

Coordenação


Ana Maria Dietrich. É professora adjunta do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC. Doutora em História pela USP. Foi pesquisadora do Centro de Estudos de Anti-Semitismo (Universidade Técnica de Berlim). Autora de diversos livros e artigos, entre eles, Caça às Suásticas - O partido Nazista em São Paulo (Imprensa Oficial / Humanitas 2007). É editora da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades e da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural. Coordena o Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade – LEPCON-UFABC. Suas pesquisas enfocam os seguintes temas: Traumas de guerra, Estudos de Nazismo e Anti-Semitismo, História e Contemporaneidade, Conflitos e identidades sociais, Oralidades: estudos de Memória, Identidade e Narrativa, Patrimônio Histórico, Repressão Política, novas linguagens historiográficas (Cinema X História, História X Fotografia, História X Canção) e Estudos interdisciplinares de Artes e Humanidades

 

Alfredo A. Salun. Doutor em História Social pela FFLCH-USP e Mestre em História pela PUC- SP. É Pesquisador do Núcleo de Pesquisa de História Oral (NEHO) Possui larga experiência na área docente atuando como Professor e coordenador do Curso de História da UniABC. Foi professor da PUC-SP (1998) e Membro do Conselho Editorial da Revista de Ciências Humanas da UNIABC. Além de participar de diversas atividades acadêmicas, sendo membro do Comitê de Ética da Universidade do Grande ABC, membro do CONSUN e membro do CONSEPE. É coordenador do Grupo de Estudos Regionais e Pesquisa (GERP), ligado a UniABC.


 

 

Bibliografia


  1. ARENDT, Hannah, As origens do totalitarismo, anti-semitismo, imperialismo e totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
  2. BOSI, Eclea. Memória e Sociedade- lembranças de velhos. 3ed. São Paulo: Cia das Letras, 1994.
  3. CYTRYNOWICZ, Roney. Memória da barbárie – a história do genocídio dos judeus na Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Edusp / Nova Stella, 1990.
  4. DIETRICH, Ana Maria. Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil. São Paulo: FFLCH / NEHO/ USP, 2007 (Tese de Doutorado em História Social).
  5. MAXIMIANO, César Campiani. Barbudos, sujos e fatigados. Soldados brasileiros na II Guerra Mundial. São Paulo: Grua livros, 2010.
  6. PLATO, Alexander von. Traumas na Alemanha. História Oral: desafios para o século XXI. Marieta de Moraes Ferreira, Tania Maria Fernandes e Verena Alberti (orgs.) Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.
  7. POLLAK, Michael. “Memória, esquecimento e silêncio”. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, nr. 3, 1989.
  8. SALUN, Alfredo. Palestra Itália e Corinthians. Quinta Coluna ou tudo buona gente. São Paulo: FFLCH-USP, 2008. (Tese de Doutorado em História Social).
  9. SELIGMANN, Márcio. Anistia e (in)justiça no Brasil: o dever de justiça e a impunidade. Literatura e Autoritarismo, memórias da repressão, nr. 9, jan-jun 2007.
  10. TELLES, Janaína, Mortos e desaparecidos políticos: reparação ou impunidade? 2ª. ed. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001.