O projeto prevê a realização, dentro de cada universidade, de grupos de estudos se especializando em algumas das temáticas abordadas ao longo da viagem de estudos.

O objetivo não é de cobrir, de maneira exaustiva, o conjunto das dinâmicas existentes no Mato Grosso, no entanto, nos desejamos abordar a diversidade das realidades brasileiras por meio do exemplo de Mato Grosso, verdadeiro laboratório das dinâmicas agrícolas e ambientais registradas nos últimos anos no seio dos três biomas os mais importantes do Brasil: as florestas ombrófilas e mesófilas, os cerrados e as zonas úmidas (Pantanal).

Entre as temáticas abordadas, alguns estudos específicos serão realizados sobre:

A agroindústria : O Mato Grosso representa atualmente o principal estado em termos de produção agrícola dentro do pais (soja, bovinos, milho, arroz, algodão)  Distante dos principais portos de exportação (Santos, Paranaguá) o Mato Grosso, em um primeiro momento, foi considerado unicamente um espaço de produção; atualmente industrias de transformação são implantadas com a finalidade de agregar valor à produção e de atrair mão de obra mais qualificada. O setor agroindustrial é um dos atores mais importantes das dinâmicas econômicas atuais do Mato Grosso e constituirá um dos setores abordados por este estudo. Industrias de transformação da cana/biodiesel (Tangara da Serra, Rondonópolis); soja (Rondonópolis), carnes bovina (Alta Floresta e Colider), suína (Nova Mutum) e aves (Lucas do Rio Verde)

Biodiversidade e meio natural : A riqueza faunística e florística do Mato Grosso é devido principalmente ao fato  da presença de três biomas diferentes sobre os 900 000 km² do território. Durante esta viagem de estudos o percurso abrange um transecto da vegetação. Ele permitira descobrir o domínio dos cerrados com a discriminação das formas mais representativas (campo limpo, campo, cerrado, campo rupestre, campo sujo, cerradão). O funcionamento desta vegetação original (pyrofilas para algumas espécies) será estudada em parceria com o departamento de engenharia florestal e botânica da Universidade Federal do Mato Grosso (Chapada dos Guimarães). O avanço em direção ao norte do Estado permitira valorizar a floresta em transição (Lucas do Rio Verde, Sorriso) que separa os cerrados das florestas úmidas do domínio amazônico. Este ultimo será particularmente estudado na região de Alta Floresta e Cotriguaçu com os parceiros locais da Fundação Ecológica Cristalino e Instituto Centro de Vida que nos levarão a descobrir um dos espaços naturais mais ricos em biodiversidade e ainda preservados: a região do Parque Cristalino. Finalmente a viagem terminara na região do Pantanal que abriga uma vegetação de zona úmida, submetida a variações e enchentes estivais.

A preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável : O Mato Grosso é um dos estados que, regularmente, apresenta a taxa de desmatamento mais elevado. Apesar disso, numerosas iniciativas, em diversas escalas, visam a proteção dos espaços naturais. A questão da proteção das margens dos cursos d’água, dos parques naturais será abordada pelas autoridades competentes (IBAMA, ICMBio, SEMA) como pelos próprios produtores. Vários projetos de desenvolvimento sustentável estudados no âmbito do programa de pesquisa em curso (DURAMAZ-ANR) serão visitados (Sorriso, Alta Floresta, Juína) com o objetivo de compreender a integração da noção de sustentabilidade no interior do mundo agrícola, tanto no âmbito da agricultura mecanizada como da agricultura familiar. O potencial farmacológico enquanto alternativa econômica sustentável para os recursos naturais será também estudada.

As dinâmicas de ocupação e uso do solo :  O contraste entre grandes e pequenos proprietários é uma temática recorrente no Brasil. Os locais escolhidos para a visita de estudos permitem confrontar diferentes formas de gestão fundiária e de ocupação do território: grande propriedade (Campo Novo dos Parecis) projeto de colonização privada (Sinop, Alta Floresta) e publica (Carlinda, Juína) associadas à pecuária, agricultura familiar e grande agricultura mecanizada, exploração florestal, etc.

Estas temáticas cobrem a maioria dos locais que estudaremos. Elas serão complementadas por estudos pontuais sobre as relações do crescimento urbano/clima (Sinop), a gestão dos recursos hídricos (Pantanal), etc.

Para cada uma destas temáticas, suas dinâmicas territoriais e o papel das políticas públicas – do nível local ao nível federal – constituirão os eixos de estudos transversais. As competências dos estudantes das duas universidades serão assim articuladas no âmbito dos grupos de trabalho franco-brasileiro: os estudantes trabalharão em grupo de 4 pessoas (2 franceses e 2 brasileiros). Em diversas cidades (Rondonópolis, Cuiabá, Sinop, Alta Floresta, Juína), as apresentações que estão previstas buscam as relações com as universidades e os parceiros locais com o objetivo de difundir os estudos realizados nesta missão e de integrar as populações locais às pesquisas realizadas dentro de suas regiões, mas também permitir um melhor relacionamento entre os pesquisadores franceses e brasileiros.

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