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porLuiz Menna-Barreto e Mario PedrazzoliresumoEsta edição da Revista Estudos Culturais foi dedicada a estudos sobre o tempo, tema recorrente em diversas áreas do conhecimento e que vem adquirindo relevância crescente num mundo globalizado no qual as pessoas acabam se expondo a desafios inéditos até meados do século XX. Atravessamos fusos horários, acompanhamos bolsas de valores em Tóquio e Nova York e assistimos a jogos que ocorrem do lado oposto do planeta, numa sucessão de eventos que acontecem em tempos próprios e que nem sempre coincidem com os tempos de cada indivíduo. Surge nesse contexto certa tensão entre nossas percepções da passagem do tempo, aquela interna que dialoga com nosso sono ou fome e a outra externa, imposta pelos vários relógios aos quais tentamos obedecer. Dessa tensão emergem reflexões que trazemos aos leitores, reflexões inspiradas em diferentes olhares que vão desde aspectos filosóficos e sociológicos a aspectos biológicos.
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Sobre os autores
resumoLuiz Menna-Barreto, Mario Pedrazzoli, Robert Levine, Muara Kizzi Figueiredo, Rafael H. Silveira, Rafael Chequer Bauer, Alexandre Panosso Neto e Luiz Gonzaga Godoi Trigo escrevem no número dois da Revista de Estudos Culturais. -
Ordem e progresso, aceleração e alienação
porRafael H. SilveiraresumoComo diversos exemplos dados em Aceleração e alienação [1] [1] ROSA, Hartmut. Beschleunigung und Entfremdung: Entwurf einer kritischen Theorie spätmoderner Zeitlichkeit. Traduzido do inglês para o alemão por Robin Celikates. Berlim: Suhrkamp Verlag, 2013. confirmam, a condição de especialista no campo da aceleração social muitas vezes não exime o próprio autor da ação dos fenômenos por ele analisados – sobretudo por se tratar de uma das personalidades acadêmicas mais conhecidas, citadas e requisitadas na imprensa alemã atualmente. Como minha resenha da análise de Hartmut Rosa mostra, a obra está longe de ser die Entdeckung der Langsamkeit ou um éloge de la lenteur, como interpretado por alguns. No diálogo, conduzido em 23/10/2014 na cidade de Jena, Alemanha, originalmente em alemão, transcrito, editado e traduzido para o português por Rafael H. Silveira, são abordados pontos que complementam o entendimento da Teoria da Aceleração através de uma perspectiva voltada para a realidade brasileira. -
Tempo e bem estar
porRobert LevineresumoNeste artigo examino o impacto da experiência temporal – o emprego do tempo, concepções do tempo e normas temporais - sobre a felicidade e o bem estar; sugiro políticas públicas voltadas à ampliação dessa experiência. Inicio com uma revisão da literatura relativa às interrelações entre o tempo, dinheiro e felicidade. Em segundo lugar, reviso dados e questões em torno dos horários de trabalho e não trabalho ao redor do mundo. Em terceiro lugar, descrevo numa perspectiva mais ampla as questões temporal que deveriam ser levadas em consideração nas decisões de políticas públicas, por exemplo, medidas de relógio versus eventos, enfoques monocrônicos versus policrônicos, definições de tempo perdido, ritmo de vida e orientação temporal. Concluo com sugestões para a elaboração de políticas do emprego do tempo voltadas para aumentar a felicidade individual e coletiva. Trata-se de um truísmo virtual o modo como empregamos nosso tempo se expressa no modo como vivemos nossas vidas. Nosso tempo é o bem mais valioso do qual dispomos. Boa parte desse tempo, no entanto, é controlado por outros, desde nossos empregadores até nossos familiares mais próximos. Também está claro que existem diferenças profundas – individuais, sócio econômicas, culturais e nacionais – no grau de controle que indivíduos exercem sobre seus próprios tempos (ver p. exemplo LEVINE, 1997; LEE, et al., 2007). Pode ser argumentado que políticas públicas são necessárias para proteger os “direitos temporais” dos indivíduos, particularmente aqueles mais vulneráveis à exploração. Este artigo foi motivado por um projeto de largo espectro do qual tive a oportunidade de participar. O projeto começou na primavera de 2012 na sequência de uma resolução da ONU, aprovada por unanimidade em sua Assembleia Geral, na qual “felicidade” foi incluída na agenda global. O Butão foi convidado a receber um grupo interdisciplinar de “experts” internacionais com a tarefa de elaborar recomendações para incentivar a busca da felicidade no planeta; mais especificamente desenvolver um “novo paradigma para o desenvolvimento mundial”. O Butão é um pequeno país pobre, cercado de montanhas na região do Himalaia, foi escolhido para essa tarefa em função do pioneirismo de seu projeto de “Felicidade Nacional Bruta” - FNB (Gross National Happiness - GNH). “Progresso” na definição dos autores desse projeto, “deveria ser visto não apenas através das lentes da economia como também a partir de perspectivas espirituais, sociais, culturais e ecológicas”. Felicidade e desenvolvimento, em outras palavras, dependem em mais fatores do que o crescimento e acumulação de capital. Inglaterra, Canadá e outros países e organizações de dimensões nacionais seguiram na mesma direção do Butão, estabelecendo medidas de FNB (LEVINE, 2013). Um dos domínios centrais do índice de FNB do Butão é “emprego do tempo” que correspondeu à minha participação no relatório do grupo de estudo. Este artigo está bastante apoiado naquele relatório e nas inferências que o projeto me proporcionou. Discuto quatro conjuntos de temas: I. As interrelações entre tome, dinheiro e felicidade. Máxima importância, qual a relevância do emprego do tempo com o bem estar e a felicidade? II. Emprego do tempo: questão dos horários e políticas de organização do trabalho. III. Outors fatores tempais que devem ser considerados ao formularo políticas de promoção de felicidade.. IV. Sugestões para elaboração de políticas: a chamada para uma “Lei de Direitos Temporais”. -
A ilusão dos relógios: uma ameaça à saúde
porMario PedrazzoliresumoA mecanicidade ou digitalidade dos relógios representa a imutabilidade da duração de frações de tempo. A contagem das 24h de um dia teve como referência, a princípio, as pistas ambientais associadas às condições do dia e da noite que são diferentes em diferentes locais da terra e portanto mutáveis. A emergência de uma sub-área da Biologia, a Cronobiologia, em meados do século XX permitiu a interpretação de que a apreensão do tempo de um dia como regularidade mecânica aliena os seres humanos da percepção da temporalidade diária como integração entre temporalidade ambiental e temporalidade biológica. Pretendo demonstrar que esse equívoco perceptual da duração do tempo de um dia pode ter como consequência uma desorganização temporal fisiológica que é a origem ou está associada a origem de muitas doenças modernas. -
Os horários fora de lugar – ritmos biológicos e literatura
porMuara Kizzy FigueiredoresumoEste trabalho analisa a relação existente entre personagens e ambiente e objetiva investigar como, supostamente, se deu a implantação no Brasil do século XIX dos ritmos sociais europeus, tendo em vista os ritmos biológicos da população brasileira (em termos coletivos) – adaptada ao ambiente tropical. Para tal estudo, foram analisados alguns textos literários do período (em especial a obra de Machado de Assis e Eça de Queirós) - visando identificar menções aos horários de sono, refeições, atividades sociais e aspectos do sono; bem como a leitura de autores contemporâneos que discutem a construção de identidades nacionais – em especial no Brasil – e ainda; autores que investigam a temática do tempo – seja em termos cronológicos, psicológicos e biológicos. -
Slow movement: reação ao descompasso entre ritmos sociais e biológicos
porRafael Chequer Bauer, Alexandre Panosso Netto e Luiz Gonzaga Godoi TrigoresumoEste artigo discute o descompasso entre os ritmos biológicos e os ritmos sociais emergentes a partir da Revolução Industrial. Para tal, são apresentados indícios de mudanças rítmicas nas últimas décadas, acarretando um processo contínuo e profundo de aceleração e mecanização sociocultural, predominante nas estruturas societárias capitalistas. Em seguida, discute-se a relação entre ritmos sociais e ritmos biológicos, com a contribuição conceitual advinda da Cronobiologia. Por fim, destaca-se o processo de surgimento e consolidação do Slow Movement nas últimas décadas, tornando-se mais um indício da desarticulação temporal vivenciada nos dias atuais. -
Os tempos da vida
porLuiz Menna-BarretoresumoO tema do tempo tem atraído bastante atenção no ambiente acadêmico contemporâneo. Apresentarei uma abordagem na qual são associados os conceitos de condicionamento reflexo clássico com a cronobiologia, área na qual a dimensão temporal da matéria viva é explorada. O conceito de antecipação é proposto como elo central dessa associação. Discuto a seguir os níveis de determinação que podem ser propostos a partir da observação de fenômenos temporais nos organismos. Concluo com as noções de desafios e armadilhas temporais que parecem caracterizar fortemente os dilemas humanos num mundo globalizado, conduzindo a diferentes processos de adaptação resultantes desses desafios e armadilhas. -
Resenha do livro Aceleração e alienação: Esboço de uma teoria crítica da temporalidade na Modernidade tardia, Harmut Rosa
porRafael H. SilveiraresumoEm Aceleração e alienação: Esboço de uma teoria crítica da temporalidade na Modernidade tardia, Hartmut Rosa recapitula resumidamente e amplia sua Teoria da Aceleração Social. A ampliação da teoria se dá em primeiro lugar através da análise de elementos desaceleradores da tendência aceleratória e, em seguida, da análise das consequências da aceleração para a Teoria Crítica social atual, cujos questionamentos levantados e respostas dadas até o presente momento não apresentariam uma solução para a perda da credibilidade do projeto da Modernidade, uma vez que a aceleração social teria sucumbido e instrumentalizado a possibilidade de autonomia prometida. Partindo da busca de uma resposta à questão de o que seria uma vida plena, Rosa retraça, assim, o contexto do surgimento de diferentes categorias de alienação, retratando em sua teoria uma tendência social crescente extremamente relevante e em crescimento na era moderna.
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editorial
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sobre os autores
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Funk ostentação em São Paulo: imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação
Funk ostentação em São Paulo: imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação
porAlexandre Barbosa PereiraresumoO artigo aborda a configuração recente de um movimento musical, protagonizado principalmente por jovens de origem pobre, em São Paulo, o funk ostentação. A partir da pesquisa em casas noturnas e da observação de videoclipes na internet, explora-se a importância das referências a marcas de diferentes produtos e bens de valor elevado e a imagem como componente fundamental para a apresentação e divulgação desse estilo musical. Nesse circuito funk, a proposição de Arjun Appadurai sobre a centralidade do deslocamento pelas migrações e novas tecnologias da comunicação mostra-se como um caminho importante para se refletir sobre esse funk a partir da ideia de imaginação. -
Marcos fundamentais da Literatura Periférica em São Paulo
Marcos fundamentais da Literatura Periférica em São Paulo
porAntonio Eleison LeiteresumoA literatura da periferia de São Paulo se divide em dois períodos históricos: a) Literatura Marginal, de 2000 a 2005 e b) Literatura Periférica, a partir de 2005 até os dias atuais. A primeira fase teve como marco inaugural a publicação do livro Capão Pecado, de Ferréz, no ano 2000, obra muito influenciada pela cultura hip hop, especialmente o RAP. Este escritor foi o principal nome dessa fase, sendo também seu maior articulador, ao coordenar inúmeras coletâneas literárias que proporcionaram o surgimento de dezenas de autores. O segundo período é marcado pela ascensão dos saraus, principalmente do Sarau da Cooperifa. Este Coletivo publicou sua antologia em 2005 e estimulou diversos saraus a fazerem o mesmo. Viabilizados, em boa parte, por políticas públicas, perto de 200 livros, coletivos e individuais, foram lançados desde então, configurando um vigoroso movimento cultural. Entretanto, passados 12 anos, a rubrica periférica e/ou marginal se mostra insuficiente para identificar essa prática literária. Este artigo apresenta duas hipóteses para superação desse problema. A primeira é contextualizar a literatura periférica como uma dimensão da cultura popular urbana, ampliando assim o seu alcance como expressão cultural, sem prejuízo da sua identificação de origem. A segunda é de ordem estética e implica na afirmação da busca da qualidade como um imperativo da criação. Esse desafio, porém, requer, por parte dos escritores, uma disposição para se submeterem à crítica, ao mesmo tempo em que torna-se necessário um novo paradigma crítico que possa responder à especificidade dessa literatura. -
Estudios culturales en América Latina
Estudios culturales en América Latina
porEduardo RestreporesumoDuas grandes confusões parecem operar, com frequência, nos discursos em torno dos estudos culturais na América Latina. A primeira é a equivalência de estudos culturais e estudos sobre a cultura. A segunda, muito frequente no contexto estadunidense, é misturar sob o rótulo de estudos culturais a produção heterogênea de intelectuais latino-americanos que abordaram assuntos de cultura e poder e a de acadêmicos latino-americanistas das universidades do Norte. Neste artigo se evidenciam os problemas de ambas as confusões e se sublinham algumas de suas nefastas consequências para a articulação de um projeto intelectual e político de estudos culturais na América Latina. -
Valesca Popozuda: ministra da Educação
Valesca Popozuda: ministra da Educação
porAristóteles BerinoresumoOs chamados funks sensuais fazem parte da cultura juvenil da cidade do Rio de Janeiro. Valesca Popozuda é uma das suas principais estrelas, amplamente conhecida através das mídias. As vozes femininas do funk chamam atenção pelas letras que narram façanhas e fantasias que destoam da imagem que são destinadas ao sexo feminino. São vozes que que presentificam existências recalcadas pelo falocentrismo dominantes nas narrativas sobre o amor, o sexo e a vida na cidade. Seus aspectos políticos e culturais são agora estudados e debatidos. A política convencional também desperta para a cultura popular das periferias. O artigo lembra dois encontros ocorridos entre Lula e Valesca Popuzada, nos anos de 2008 e 2009. Oportunidade para a funkeira entregar ao então presidente uma letra de música que fala da favela, do funk, dos jovens e até da possibilidade de ser ministra da Educação. O artigo discute a intromissão das vozes femininas dos funks sensuais na vida das cidades como agenciamento politicamente significativo através das interpelações que produz. Na tradição dos estudos culturais, se propõe a problematizar o poder através também da criação popular no circuito da cidade. -
Rolezinhos: Marcas, consumo e segregação no Brasil
Rolezinhos: Marcas, consumo e segregação no Brasil
porRosana Pinheiro-Machado e Lucia Mury ScalcoresumoNo início de 2014, o fenômeno conhecido como rolezinho ganhou ampla visibilidade nacional e internacional. Trata-se de adolescentes das periferias urbanas que se reúnem em grande número para passear nos shopping centers de suas cidades. O evento causou apreensão nos frequentadores e fez com que alguns proprietários dos estabelecimentos conseguissem o direito na justiça de proibir a realização dos rolezinhos, barrando o acesso dos jovens. Desde então, emergiu um amplo debate sobre segregação na sociedade brasileira. Com base em uma pesquisa etnográfica sobre consumo popular com jovens da periferia de Porto Alegre, o artigo analisa o fenômeno dos rolezinhos, abordando suas dimensões locais, nacionais e globais. Levando em consideração o atual momento brasileiro, que versa sobre políticas de ascensão social via consumo e sobre uma onda de protestos de inquietação social, argumentamos que os rolezinhos estão se modificando e encontrando diversas formas de discutir e realizar política cotidiana no âmago de uma sociedade segregada. -
Matriz biológico-cultural da existência humana: fundamentos para aprender, ensinar e educar
Matriz biológico-cultural da existência humana: fundamentos para aprender, ensinar e educar
porMaria Elena Infante-MalachiasresumoNeste ensaio apresentamos uma reflexão sobre a matriz biológico-cultural da existência humana a partir da epistemologia da Biologia do Conhecer, que considera o conhecimento a partir do sujeito que conhece. A matriz que constitui o cerne da Biologia Cultural corresponde à trama relacional onde o homem surge se realiza e conserva o seu viver humano. Nesta trama relacional que se inicia em um processo histórico que teve a sua origem há bilhões de anos, surgem todos os mundos que vivemos como as distintas dimensões do nosso viver cultural. Discutimos a relevância desta perspectiva, que considera ao mesmo tempo a constituição biológica e a cultura, para as relações humanas do ensinar e aprender e destacamos a possibilidade de transformação que surge ao considerar o outro como um legítimo outro na convivência. -
Ethnical Afro Tourism in Brazil
Ethnical Afro Tourism in Brazil
porLuiz Gonzaga Godoi Trigo e Alexandre Panosso NettoresumoO artigo desenvolve uma discussão teórica sobre o turismo étnico afro no Brasil. A temática somente recentemente tem merecido a devida atenção dos estudiosos, motivo pelo qual se justifica a abordagem. Os objetivos são três: 1) revisar a história das culturas afros no Brasil; 2) identificar as forças que garantem o respeito a essas identidades e; 3) analisar como os destinos afro devem ser trabalhados neste contexto. A metodologia empregada é a revisão teórica dos textos que abordam a cultura afro brasileira, tendo como pano de fundo da discussão os delineamentos dos estudos culturais. Conclui-se que o produto turístico com base na cultura afro é um produto viável no Brasil, porém deve primar pelos quesitos de respeito, alteridade, ética e valorização de todas as culturas envolvidas no processo. -
Alfabetização científica e cartográfica no ensino de ciências e geografia: polissemia do termo, processos de enculturação e suas implicações para o ensino
Alfabetização científica e cartográfica no ensino de ciências e geografia: polissemia do termo, processos de enculturação e suas implicações para o ensino
porVeronica Guridi e Valeria CazettaresumoNeste trabalho realizamos uma análise crítica com relação ao significado do conceito “alfabetização científica” dentro do campo da Educação em Ciências e em Geografia. Constatamos que o termo é ainda bastante polissêmico e que dependendo do enfoque adotado, se seguem diferentes implicações para o ensino de Ciências. Concluímos mostrando uma definição do termo que incorpora elementos dos recentes estudos na área bem como da vertente dos Estudos Culturais em Educação. -
A fome antropofágica - utopias e contradições
A fome antropofágica - utopias e contradições
porFernanda Oliveira Filgueiras Santos e Mauro de Mello LeonelresumoO Modernismo no Brasil significou um marco, que anunciou o fim de um período cultural caracterizado pelo legado e pelo conservadorismo. O Movimento Antropofágico foi a síntese artística e intelectual dessas reflexões. Este trabalho se propõe a discutir as contribuições e controvérsias deixadas pelo movimento no contexto de urbanização e cosmopolitismo em que ele emergiu na cidade de São Paulo. -
A versão encantada da pós-modernidade
A versão encantada da pós-modernidade
porMauro de Mello Leonel e Maira MesquitaresumoO livro em epígrafe tem como objetivo principal relatar com rigor cronológico as origens das versões de pós-modernidade ("não como idéia, mas como fenômeno"), remontando ao modernismo. Numa abordagem incomum o autor percorre, no tempo e nas circunstâncias, as dimensões estéticas, históricas e políticas da express -
Dossiê "Temporalidades"
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Editorial
Editorial
poros editoresresumoA Revista Estudos Culturais chega agora ao seu número três, no mesmo momento em que o Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da EACH-USP completa seu sexto ano de atuação. O amadurecimento de nossas empreitada é marcado pela amplitude dos temas desta edição da Revista. O campo dos estudos culturais, sempre liberto das amarras disciplinares tradicionais, aparece aqui em várias de suas múltiplas chaves. -
Sobre os autores
Sobre os autores
resumoEduardo Wanderley Martins, Carlos Velázquez, Damián Cabrera, Madalena Pedroso Aulicino, Daniela Signorini Marcilio, Agnès García Ventura, André Vitor Brandão Kfuri Borba e Mariana Moreira. -
Mídia: o Novo Totem Dessacralizado
Mídia: o Novo Totem Dessacralizado
porEduardo Wanderley Martins e Carlos VelázquezresumoO presente texto tem como objetivo refletir sobre a função de mediação da Mídia para o Sagrado, partindo da concepção de Mídia como novo totem nas sociedades contemporâneas. Sob a metodologia indutivo-analítica de base bibliográfica e documental, explora-se a hipótese de que a mídia, como novo totem nas sociedades midiáticas , cumpre a função organizadora, mas não a função mediadora. A mídia não liga as aspirações e necessidades humanas ao Transcendente, encerrando em si mesma a satisfação dessas aspirações através do fornecimento de bens simbólicos, mas que não têm contato com suas fontes originárias – não há relação com o Sagrado. Dessa forma, a mídia se apresenta nas sociedades midiáticas como um totem dessacralizado - oferece bens de grandes valores universais, mas desprovidos de lastro divino. -
Literatura paraguay/guaraní - transversalidades
Literatura paraguay/guaraní - transversalidades
porDamián CabreraresumoPassando por trabalhos compilatórios dos escritores paraguaios Augusto Roa Bastos e Rubén Bareiro Saguier, e a partir de discursos literários e não literários, analisa-se a ambiguidade fundada na palavra guarani; que designa, indistintamente, uma língua, uma cultura, uma etnia; e que, por metonímia, constitui-se em apelido-gentílico dos paraguaios. Relações entre literatura paraguaia e literatura Guarani são exploradas, desde a perspectiva dos autores citados; tanto conhecedores e divulgadores da mesma, como dois dos poucos paraguaios capazes de ultrapassar um cerco de isolamento cultural graças, em parte, ao exílio político; sob a luz de uma tradição crítica latino-americana hispanizante que, enquanto invisibiliza a literatura paraguaia, contribui com uma mistificação dela, fundada em sua peculiaridade linguística, seja ela real ou inventada. -
O brincar e o saber de experiência: uma forma de resistir
O brincar e o saber de experiência: uma forma de resistir
porMadalena Pedroso Aulicino e Daniela MarcílioresumoO brincar é uma atividade livre e séria, possui finalidade autônoma e é um intervalo da vida cotidiana (HUIZINGA, 2005; CAILLOIS, 1990). A criança se desenvolve, adquire experiência, constrói e transmite sua cultura lúdica brincando (WINNICOTT, 1979; BROUGÈRE, 2008). Mas, que brincar é esse promovido e recomendado na atualidade? O objetivo desse artigo é refletir sobre a redução do tempo da infância em prol de uma ideologia da produção e do consumo, que valoriza a informação, o conhecimento e o aprendizado técnico e científico, e reduz o “saber de experiência” (BONDÍA, 2002). Nesse contexto, a retomada do brincar como atividade livre e uma experiência de vida seria uma possibilidade de resistência aos valores vigentes. Constatou-se que os Estudos Culturais como estratégia crítica e política podem contribuir para repensar o brincar hoje. -
Investigación feminista, historia de las mujeres y mujeres en la historia en los estudios sobre Próximo Oriente Antiguo
Investigación feminista, historia de las mujeres y mujeres en la historia en los estudios sobre Próximo Oriente Antiguo
porAgnès García VenturaresumoSuele decirse que el estudio del pasado siempre tiene relación con el presente y con el futuro, bien porque presente y futuro se construyen a su imagen y semejanza, bien porque no podemos imaginar un pasado sin los referentes de nuestro presente. Por este motivo, ocuparse de la historia de las mujeres en la Antigüedad y de cómo incluir a las mujeres en la historia, nos permite reflexionar acerca de la situación de las mujeres en el mundo presente en el que vivimos y en el mundo futuro en el que querríamos vivir. En este artículo propongo aproximarnos a este tema con las herramientas críticas de la investigación feminista, ilustrando la propuesta con algunos ejemplos acerca de cómo algunos sesgos pueden afectar al modo en que se aborda el estudio de las vidas de las mujeres en el Próximo Oriente Antiguo. -
A higienização do século XIX e o "contra corrupção" do século XXI: Similaridades no discurso das elites no Brasil
A higienização do século XIX e o "contra corrupção" do século XXI: Similaridades no discurso das elites no Brasil
porAndré VitorresumoCada momento histórico é único, mas carrega em si tensões permanentes, num paradoxo entre o novo e o velho, valendo-se de novas experiências sem, entretanto, negar toda a bagagem cultural adquirida. Assim, este trabalho busca relacionar dois momentos distintos da história do Brasil, mas com características em comum: a higienização do início da República e o momento recente, em que estava em jogo o mandato da presidente Dilma Rousseff. Por ser o Brasil um país com pouca mobilidade social e sem alterações substanciais no seu controle político, veremos como os interesses das camadas superiores da sociedade se reproduzem e se perpetuam, no intuito de fazer a população aderir a essa ideologia em favor de seus interesses privados. -
Resenha do livro Memória Coletiva e Identidade Nacional, Miryam Santos
Resenha do livro Memória Coletiva e Identidade Nacional, Miryam Santos
porMariana MoreiraresumoA presente resenha aborda o livro “Memória Coletiva e Identidade Nacional”, de autoria de Myrian Sepúlveda dos Santos. Importante pesquisadora de temas como memória, identidade, práticas políticas, culturais e relações raciais, obteve seu título de doutora em Sociologia pela New School for Reserch de Nova Iorque e desenvolveu pesquisas em pós-doutorado no Centro de Estudos Latino-Americanos da University of Cambridge; no Centro de Pesquisa sobre Relações Sociais da Université de Paris V e no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Atualmente é professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordena o Grupo de Pesquisa Cultura e Poder, registrado no CNPQ Arte, e o museu Afrodigital. Suas análises abordam teorias de nomes de grande relevância para os Estudos Culturais como Karl Marx, Walter Benjamin, Michel Foucault, Maurice Halbwach, Stuart Hall entre outros.
Ordem e progresso, aceleração e alienação
A ilusão dos relógios: uma ameaça à saúde
Tempo e bem estar
Neste artigo examino o impacto da experiência temporal – o emprego do tempo, concepções do tempo e normas temporais - sobre a felicidade e o bem estar; sugiro políticas públicas voltadas à ampliação dessa experiência. Inicio com uma revisão da literatura relativa às interrelações entre o tempo, dinheiro e felicidade. Em segundo lugar, reviso dados e questões em torno dos horários de trabalho e não trabalho ao redor do mundo. Em terceiro lugar, descrevo numa perspectiva mais ampla as questões temporal que deveriam ser levadas em consideração nas decisões de políticas públicas, por exemplo, medidas de relógio versus eventos, enfoques monocrônicos versus policrônicos, definições de tempo perdido, ritmo de vida e orientação temporal. Concluo com sugestões para a elaboração de políticas do emprego do tempo voltadas para aumentar a felicidade individual e coletiva.
Trata-se de um truísmo virtual o modo como empregamos nosso tempo se expressa no modo como vivemos nossas vidas. Nosso tempo é o bem mais valioso do qual dispomos. Boa parte desse tempo, no entanto, é controlado por outros, desde nossos empregadores até nossos familiares mais próximos. Também está claro que existem diferenças profundas – individuais, sócio econômicas, culturais e nacionais – no grau de controle que indivíduos exercem sobre seus próprios tempos (ver p. exemplo LEVINE, 1997; LEE, et al., 2007). Pode ser argumentado que políticas públicas são necessárias para proteger os “direitos temporais” dos indivíduos, particularmente aqueles mais vulneráveis à exploração. Este artigo foi motivado por um projeto de largo espectro do qual tive a oportunidade de participar. O projeto começou na primavera de 2012 na sequência de uma resolução da ONU, aprovada por unanimidade em sua Assembleia Geral, na qual “felicidade” foi incluída na agenda global. O Butão foi convidado a receber um grupo interdisciplinar de “experts” internacionais com a tarefa de elaborar recomendações para incentivar a busca da felicidade no planeta; mais especificamente desenvolver um “novo paradigma para o desenvolvimento mundial”. O Butão é um pequeno país pobre, cercado de montanhas na região do Himalaia, foi escolhido para essa tarefa em função do pioneirismo de seu projeto de “Felicidade Nacional Bruta” - FNB (Gross National Happiness - GNH). “Progresso” na definição dos autores desse projeto, “deveria ser visto não apenas através das lentes da economia como também a partir de perspectivas espirituais, sociais, culturais e ecológicas”. Felicidade e desenvolvimento, em outras palavras, dependem em mais fatores do que o crescimento e acumulação de capital. Inglaterra, Canadá e outros países e organizações de dimensões nacionais seguiram na mesma direção do Butão, estabelecendo medidas de FNB (LEVINE, 2013).
Um dos domínios centrais do índice de FNB do Butão é “emprego do tempo” que correspondeu à minha participação no relatório do grupo de estudo. Este artigo está bastante apoiado naquele relatório e nas inferências que o projeto me proporcionou. Discuto quatro conjuntos de temas:
I. As interrelações entre tome, dinheiro e felicidade. Máxima importância, qual a relevância do emprego do tempo com o bem estar e a felicidade?
II. Emprego do tempo: questão dos horários e políticas de organização do trabalho.
III. Outors fatores tempais que devem ser considerados ao formularo políticas de promoção de felicidade..
IV. Sugestões para elaboração de políticas: a chamada para uma “Lei de Direitos Temporais”.
This paper examines the impact of temporal experience—time use, conceptions of time and temporal norms—on happiness and well-being and suggests public policies to enhance these experiences. First, it reviews literature concerning the inter-relationships of time, money and happiness. Second, it reviews data and issues concerning the use of work and non-work hours around the world. Third, it describes a broader range of temporal issues to be considered in policymaking decisions, e.g. clock versus event time-keeping, monochronic versus polychronic approaches, the definition of wasted time, the pace of life, and temporal orientation. Finally, suggestions are offered for the formulation of time-use policies intended to increase individual and collective happiness.
It is a virtual truism that the way we use our time is the way we live our lives. Our time is our most valuable possession. Much of this time, however, is controlled by others, ranging from our employers to our closest family members. It is also clear that there are profound differences--individual, socio-economic, cultural and national--in the degree to which people hold control over their own time (e.g., LEVINE, 1997; LEE, et al., 2007). It may be argued that public policies are needed to protect the “temporal rights” of individuals, particularly those who are most vulnerable to exploitation.
This paper was sparked by an ambitious large-scale project in which I had the opportunity to participate. The project was initiated in the Spring of 2012 following a United Nations resolution, adopted unanimously by the General Assembly, placing “happiness” on the global agenda. The nation of Bhutan was asked to convene an interdisciplinary group of international “experts” to craft recommendations for policies to raise worldwide happiness; more specifically, to develop a “new paradigm for world development.” Bhutan, a small, landlocked, relatively poor Himalayan nation, was chosen for this task because of its pioneering Gross National Happiness (GNH) project. “Progress,” the GNH designers declared, “should be viewed not only through the lens of economics but also from spiritual, social, cultural and ecological perspectives.” Happiness and development, in other words, depend on more than growth and the accumulation of money. England, Canada and other countries and country-level organizations have subsequently followed Bhutan’s lead and established GNH measures of their own (LEVINE, 2013).
One of the nine core domains of Bhutan’s GNH index is “time use,” which comprised my section of the report. The present paper draws heavily on that report and the insights that research offered me. I will address four major sets of issues:
I. The inter-relationships of time, money and happiness. Most importantly, what is the relevance of time use to well-being and happiness?
II. Time Use: Work hour issues and policies.
III. Other temporal factors that need to be considered when formulating policies to increase happiness.
IV. Suggestions for policymaking: The call for a “Temporal Bill of Rights.”
I. Introduction: Time, Money and Happiness
Money and happiness.
The relationship between money and happiness is, at best, imperfect. The dominant theory for the past three decades has been what is known as the “Easterlin Paradox,” named for the economist Richard Easterlin. The theory suggests two major conclusions: (1) When comparing individuals within a country, wealthier people report greater happiness. (2) When making international comparisons, however, national income per person is, at best, weakly related to peoples’ happiness levels. There is a significant exception to this second assertion: The lowest income countries—those without enough money for food and shelter--are least happy with their lives. Survey data indicate that this is also true on an individual level. In the United States, for example, people in poverty are more likely than those not in poverty to suffer from a number of chronic health problems and that they are most disproportionately prone to suffer from psychological depression. Thirty-one percent of the poor report having been diagnosed with depression at some point, compared to 15.8% of those not in poverty (GALLUP, October 30th, 2012).
Beyond a minimal standard of living, however, there is almost no relationship between national income and happiness. People with enough money to meet their minimal needs are no less happy than those with greater wealth. Easterlin bases these conclusions on a wealth of data (e.g. EASTERLIN, 1974). He explains the paradox this way:
In all societies, more money for the individual typically means more individual happiness. However, raising the incomes of all does not increase the happiness of all. The happiness-income relation provides a classic example of the logical fallacy of composition—what is true for the individual is not true for society as a whole. The resolution of this paradox lies in the relative nature of . . . judgments. Individuals assess their material well-being, not in terms of the absolute amount of goods they have, but relative to a social norm of what goods they ought to have.
It should be noted that there have been recent challenges to the validity of Easterlin’s assertions (VEENHOVEN ; HAGERTY, 2003; STEVENSON; WOLFERS, 2008). In response, Easterlin and his colleagues published a defense of the Easterlin Paradox using data from a sample of 37 countries (EASTERLIN, 2013). If Easterlin’s theory is correct, it has far-reaching implications for policy decisions. The eradication of poverty should be a primary goal of government policy. However, economic growth per se, which does little to improve social welfare, should not be a primary goal of government policy.
How people create and use wealth may be more important than absolute monetary wealth. At what personal “cost” do the people of a nation create wealth? Attitudes toward time and time use may be critical in this regard.
Time and Happiness.
Our lives are lived in time. How we use this time defines the quality of our existence. The novelist Joyce Carol Oates captured it nicely: "Time is the element in which we exist....We are either borne along by it or drowned in it." It may be argued, in fact, that time—both its availability, how it is spent and how it is conceived--is the most central of all issues in regard to well-being.
The systematic measurement of time use can provide valuable information about the quality of life on multiple levels. Temporal beliefs and behaviors are mirrored in our culture, geography, climate, religion, social class, educational level and the political and economic stability of our surroundings (e.g. ZIMBARDO; BOYD, 2008; LEVINE, 1997). The way we behave and think about the past, present and future, our very conception of time, effects virtually every aspect of our lives—our relationships, careers, successes and failures, the decisions we make, the emotions we feel and, in the end, the very essence of our life experience.
Time, money and happiness.
It may be argued that time use is the single most fundamental factor in predicting well-being on multiple levels. It is intricately related to physical, social, psychological and economic well-being.
In our own studies, for example, my colleagues and I have conducted a series of field experiments comparing the pace of life in the largest or other major city in each of 31 countries around the world (e.g., LEVINE; NORENZAYAN, 1999). In each city, we measured behaviors such as walking speed, work speed and clock time. The pace of life, we found, was significantly related to the physical, social and psychological well-being of individuals in those cities. On the negative side, faster places tended to have higher rates of death from coronary heart disease, higher smoking rates, and were less likely to take the time to help strangers in need. On the positive side, however, faster places were more economically healthy, and residents tended to self-report being somewhat happier in their lives.
The finding that people in faster places tended, on average, to have higher rates of death from coronary heart disease death but to also say they are happier was particularly interesting. The key to this seeming paradox appears to lie in the central role that the pace of life plays in the broader web of community characteristics in which these findings are embedded. Perhaps the two best examples of this are economic vitality and individualism-collectivism. Economic needs are primary forces in creating a sense of time urgency, and that sense of time urgency in turn leads to a productive economy. Similarly, a focus on individualism thrives on a rapid pace of life, which in turn creates pressure for further individualism. These forces--economic vitality and individualism--have both positive and negative consequences. On the one hand, the focus on making every minute count and being productive creates the stressors that lead to cigarette smoking and coronary heart disease. On the other hand, they provide sufficient resources to meet peoples’ basic needs, which both Easterlin and his critics argue is related to happiness. Productivity and individualism--which in themselves are very difficult to separate from one another--have double-edged consequences.
Although these data represent a particular perspective on the time/happiness relationship, they underscore the fundamental importance of understanding time use when formulating policies to enhance well-being. The key is to achieve a balance in time use between economic productivity and personal welfare in order to minimize the costs and maximize the well-being of individuals and their communities.
II. Time Use: Work Hour Issues and Policies
Temporal well-being is, of course, not simply a matter of objective conditions. “The mind is its own place, and in itself can make a heaven of hell, a hell of heaven,” as John Milton famously observed in Paradise Lost. The quality of temporal experience begins, however, in the manner in which a person uses his or her time. The measurement of time use is a complex matter. After all, it is no less than the way we spend our life. In this section, I will try to present a simplified overview of two of the main categories of time use—work vs. non-work hours. (For more expansive reviews of time use, see, e.g., KAHNEMAN et al., 2004; KRUEGER, 2009).
Work hours
Individuals must often spend more of their time working than they would like and to the detriment of the well-being of themselves, their families and their communities. The pressures toward longer work hours are especially strong in countries with larger concentrations of poverty. They are also especially strong toward less powerful and/or lower status individuals, particularly children and women in many cultures.
There is considerable data documenting significant differences in average work hours in different countries. There is, however, a scarcity of available data for less developed countries. This is significant in that the greatest need for policies often exists in these places. It has been estimated that more than 20 percent of workers worldwide currently work more than 48 hours per week (LEE et al., 2007) but these data are often of questionable reliability. Policies mandating systematic collection of these data should be encouraged.
The battle over excessive work hours has a long history. In fact, the eight-hour day, often implying a 48-hour week, has been a key demand of labor groups representing the working class even before the establishment of the International Labour Organization (ILO) in 1919 (ALCOCK, 1971). The ILO has long held this demand as high priority and it is essential that it continues to do so.
However, these policies must be sensitive to the financial needs of the overworked. Workers may feel compelled to work longer hours because of exploitation in the form of insufficient pay, threats to their job security, etc. In many developing and transition countries overtime payments constitute a regular and substantial element of wage packages and are relied on to ensure a decent standard of living.” Examples are: China, the Czech Republic, the Republic of Korea and Mexico (see: LEE et al., 2007). Policies concerning overwork must be approached in this larger context, i.e. any policies concerning workers’ hours must be accompanied by policies targeting their vulnerability to exploitation.
Leisure time
At first glance, leisure time may be seen as the zero-sum complement to time spent inside the workplace, i.e., more work hours equal less leisure time. The functional value of non-work time is, however, considerably more complicated than it appears. Let us examine five components of non-work time that should be considered.
The amount of time spent outside the workplace.
There is ample international data concerning time allocated to life outside the workplace. Some of this, such as vacation time, is mandated by policies at one level or another. There are typically large differences between different countries, even among affluent nations. In Europe and in a number of countries outside Europe, at least four weeks of vacation time is now standard. By contrast, the norm is two weeks in Korea, Japan and the United States (which actually has no vacation law at all—30 percent of US workers get no paid vacation time).
Holidays and vacation time are only one type of paid leave. Organizations and/or policies may allow for short- and/or long-term sick leaves, personal days, parental leaves, paid leave for jury duty, bereavement leave, community service leave, floating holidays (the option to take assigned holiday days when one wishes), sabbatical leaves, options to borrow leave time, options to buy leave time, and options to contribute leave time to another employee. A few countries have created especially liberal leave policies. Sweden, for example, has offered both extended maternity and paternity paid-leaves after the birth of a child. Economic pressures make paid leaves more difficult to provide but they should be on the policy agenda at all times.
The importance a culture places on non-work time is reflected in other ways. For example, it is interesting to compare national differences in trade union demands for time-related policies. In the United States, for example, labor strikes rarely mention temporal issues. They are almost always about money. In much of Europe, however, labor strikes tend to be about temporal matters: the length of the work week, retirement age, and related issues.
The perceived value of non-work activities.
Sophisticated statistical techniques have and are being developed to understand better the relationship between time use and happiness in the context of specific activities. Weighted formulas can now measure not only average happiness during individual activities but enable us to explore more nuanced patterns. For example, Gershuny (2012), of the Centre for Time Use Research, has recently published a measure of “National Utility” (NU) that quantifies the hedonic value of different activities experienced by individuals. These data can be used to develop policies that maximize the perceived quality of experienced time within a cultural context.
Work time arrangements
The pattern of work hours also has significant consequences for happiness. Many arrangements have been tried. Most of these have focused on flexible time working arrangements. While these arrangements can potentially serve the in the best interest of workers, they also have dangers. Particularly in underdeveloped countries, many such arrangements have been prone to exploitation at the cost of workers. A few examples:
Shift work.
Shift work has a long history. It allows companies to extend their operating hours beyond the traditional work day. Various types of shift patterns are common throughout the world. They are widely employed in Asia (e.g. China, the Republic of Korea, Malaysia), in the Americas, and in Africa (e.g. Mauritius, Senegal, Tunisia). Night work is often a part of these arrangements, sometimes to a very large extent. In Chile, for example, 61 per cent of shift work arrangements consist of night work, involving about 15 percent of all employees. A few other statistics: 17.5 per cent of employees in China work nights at least once/month, 24 per cent in the Czech Republic at least once/month, 20 per cent in Senegal work nights at least once/week, and nine percent in Brazil (LEE et al, 2007).
Weekend work.
Workers may work part, most or all of their time on weekends. As would be expected, weekend work tends to be most common in businesses such as restaurants, hotels and certain retail businesses. Few statistics are reported for overall rates in different countries, however.
Hours averaging or modulation.
These arrangements typically specify an average number of hours to be worked each week but allow workers to meet this target by averaging out their hours over a longer period of time, anywhere from several weeks to a year. These arrangements are becoming more common in some countries, e.g. Brazil, China, the Czech Republic and Hungary (reported in: LEE et al, 2007).
Weekly rest periods.
There are two main variants on this type of arrangement. The first is to provide a longer period of weekly rest. Some countries where the normal work week has been six days are moving toward extending the weekly rest period to two days. In Malaysia, for example, the main trade union body (the Trades Union Congress) has set the adoption of a five-day working week as one of its top priorities. The second variant is a stricter enforcement of the prohibition to work on rest days.
Part-time work.
These arrangements take many forms. They are often done at the discretion of the employer and can be exploitative. For example, two or more part-time workers may be seen as more productive than one full-time employee because they can work with fewer breaks, less fatigue, etc. In some cases, part-time workers are less costly because they do not qualify for benefits, vacations, etc. On the other hand, part-time arrangements, when done in proper consultation with employees hold the potential to benefit both workers and their employers.
Employer provided services to save employee time outside the workplace.
Although not strictly work-hour arrangements, some progressive companies try to offer services that save workers time they might be spending on personal maintenance during their non-work hours. Many large Silicon Valley companies in the United States have taken the lead in this movement. Google, for example, offers free express-luxury buses to its employees for their commutes. They also provide free and convenient on-site laundry, shoe repair and other employee time-saving services. A number of companies offer child-care services to employees. Facebook gives new parents extra spending money, some of which may be used to buy assistance with childcare. Stanford Medical School and other employers are providing housecleaning services and in-home delivery of dinner. Genentech helps employees find last-minute baby sitters when their child gets sick and needs to stay home from school. Companies sometimes offer personal trainers, nutritionists and even free marital counseling. “The goal is not just to reduce stress for employees, but [also] for their families . . .These type of services provide employees with more discretionary non-work time and also signal recognition of the importance of their lives outside the workplace.” (RICHTEL, 2012)
Worker-oriented and/or initiated flexibility.
In both industrialized and developing nations, flexible arrangements have tended to be primarily designed and put in place by employers to maximize their own profits. However, in a limited number of countries these arrangements have been designed to be of mutual benefit to employers and employees. These plans have been most common in Europe but have appeared in rare instances in undeveloped countries. For example, legislative reforms in Senegal several years ago established policies intended to give workers the ability to adapt their work schedules to benefit their personal lives. These types of plans, which target the mutual benefit of employees and their employers, should be highly encouraged by policies. This is one domain where a single policy would appear to be beneficial across cultures.
In summary, I offer three main conclusions concerning the study of time use: (a) It is essential to develop policies that encourage systematic tracking of time use data, (b) to use this data to create individual- and culture-specific policies that will maximize happiness both during and outside work hours, and (c) to study policies that have been applied both formally and informally in the past and evaluate their value in the larger context.
III. Other Temporal Dimensions to Consider when Formulating Policies Related to Happiness
There are a number of time-related issues beyond those concerning working hours that should be considered when formulating policies to maximize the quality of temporal experience. Many of these show considerable variation across cultures and a proper understanding of the value a culture attaches to these issues is essential when formulating policies. Some temporal issues that are especially prone to cultural variation are:
Work versus Leisure
There are cultural differences in the value placed on work, on leisure, and on the balance between the two. The differences are marked even within highly industrialized countries, The U.S. and Japan are famous for long work hours, as exemplified by the terms “workaholic” and karoshi (LEVINE, 1997). European nations also tend to emphasize hard work, with many differences between countries, but generally put greater emphasis on preserving non-work time than do people in the U.S. and Japan.
Task versus social time
Within the workplace, people tend to spend more of their work time on-task in some cultures and more of that time socializing—informal chatting, having tea or coffee with colleagues, etc.—in others. For example, people working in companies in large cities in the United States tend to report in the range of “80 per cent task time, 20 per cent social time.” On the other hand, people working in companies in India, Nepal, Indonesia, Malaysia, and some Latin American countries tend to give answers closer to “50 per cent task time, 50 per cent social time.” (BRISLIN; KIM, 2003)
Sequence
Each culture sets rules concerning the appropriate sequence of tasks and activities. Is it work before play, or vice versa? Do people take all of their sleep at night, or is there a siesta in the mid-afternoon? Is one expected to have coffee or tea and socialize, and for how long, before getting down to serious business? There are also customs about sequences over the long run. For example, how long is the socially accepted period of childhood, if it exists at all, and when is it time to assume the responsibilities of an adult?
Clock and event time
Under clock time, the hour on the timepiece governs the beginning and ending of activities. Under event time, scheduling is determined by the flow of the activity. Events begin and end when, by mutual consensus, participants "feel" the time is right (LEVINE, 1997). Many countries exhort event time as a philosophy of life. In East Africa, there is a popular adage that "Even the time takes its time." In Trinidad, it is commonly said that “Any time is Trinidad time.” In the United States and much of Europe, by contrast, the right way to measure time is assumed to be by the clock. This is especially true when it comes to the work hours. Time is money and any time not focused on-task is seen as wasted time. These different ways of time-keeping can often lead to cultural misunderstandings. Individuals operating on clock time are careful to be punctual and expect the same of others. Those on event time are more spontaneous in beginning and ending events and, as a result, tend to be less punctual and are more understanding when others are less punctual.
Polychronic and monochromic time
People and organizations in clock time cultures are more likely to emphasize monochronic (M-time) approaches, meaning they like to focus on one activity at a time. People in event time cultures, on the other hand, tend to emphasize polychronic (P-time) approaches, meaning they prefer to do several things at once (BLUEDORN, 2002; HALL, 1983). P-time goes beyond what is popularly known as “multi-tasking.” Progress on P-time occurs a little at a time on each task. P-time cultures are characterized by a strong involvement with people. They emphasize the completion of human transactions rather than keeping to schedules. For example, two P-time individuals who are deep in conversation will typically choose to arrive late for their next appointment rather than cut into the flow of their discussion. Both would be insulted, in fact, if their partner were to abruptly terminate the conversation before it came to a spontaneous conclusion.
Silence and “doing nothing”
In some cultures, notably the USA and Western Europe, silence makes people uncomfortable. It may denote nothing is happening or that something is going wrong. The usual response is to say something, to fill the silence or to keep the meeting or conversation going. People in other cultures, including many Asian and Pacific Island nations, are quite comfortable with silence. It may be seen as an opportunity to focus inward and gather one’s thoughts before speaking. The Japanese emphasize “ma,” which roughly translates as the “space” between things, or the “pause.” It implies that what happens between things, or what doesn’t seem to be happening, is as or more important than what is visibly happening. As an extreme example, people in Brunei often begin their day by asking: “What isn’t going to happen today?”
Wasted time
A related temporal difference concerns what people perceive as “wasted time.” People, cultures, and economies that emphasize the rule that “time is money” may see any time not devoted to tangible production as wasted time. People in other cultures, however, believe that overemphasis on this rule is a waste of one’s time in a larger sense, i.e. it is a wasteful way to spend the time of one’s life. If something more worthy of one’s attention—be it social- or work-related--challenges a planned schedule, it is seen as wasteful not to deviate from the planned schedule. A typical comment may be, “There is no such thing as wasted time. If you are not doing one thing, you are doing something else” (LEVINE, 1997).
Norms concerning waiting
Cultures differ in their norms for waiting, not only how long it is appropriate to keep a person waiting but how the rules change depending on the situation and the people involved. Levine (1997) describes a number of “rules” to waiting and how these rules differ in various cultures. Some useful questions: Are the rules based on the principle that time is money? Who is expected to wait for whom, under what circumstances and for how long? Is there a procedure for buying oneself a place in front, or off the line completely? What social message is being sent when the accepted rules are broken?
Temporal orientation
There are individual and cultural differences in people’s orientation toward the past, present and future. Zimbardo and Boyd (2008) have found large individual and cultural differences on both the individual sub-scales and the patterns of the sub-scales taken together. Further, they describe how these differences affect political, economic, social, environmental and other domains of life and society.
The pace of life
There are profound differences in the pace of life on many levels—individual temperament, cultural norms, between places, at different times and during different activities—and consequences of these differences for individual, social and economic well-being (described earlier).
The balance between being busy and feeling rushed
Virtually everyone prefers a certain degree of busyness. Most people, however, find the feeling of being rushed unpleasant. More important for people and organizations is the balance between the two. Findings from the United States indicate that self-reported happiness is highest for people who say they rarely feel rushed also say they rarely feel they have a great deal of free time on their hands (ROBINSON, in press).
In summary, understanding the values and assumptions a culture places on these temporal dimensions is essential to creating policies that enhance the quality of peoples’ lives. There is no single correct way to think about time. There are different ways of thinking, each with their pluses and minuses, and all may be of value in given situations.
IV. Recommendations for Policymaking: The Call for a “Temporal Bill of Rights”.
What is the most constructive balance between work and non-work hours, and the composition of activities within these hours, from the perspective of all participants—the worker, the family, the community, the organization and the nation? It is important to answer these questions with a long range perspective. Some general issues that must be considered in policy decisions:
1.Human rights issues must take priority. All policies must begin with this value in mind. This especially concerns policies pertaining to such issues as total work hours, workplace conditions, and coercion and exploitation of lower status individuals. This is especially pertinent to policies concerning women and children.
2. Family issues. There is a need to formulate policies that enable workers to balance their jobs and family lives. This balance is strongly affected by other needs and behaviors within particular cultures. A special concern is gender expectations. Policies should both reflect the increasing numbers of women entering the labor market and insure a balance that does not shortchange their children and families.
3. Burnout and overwork. Workers who are forced to work excessive hours in the short-term are more prone to the “burnout” syndrome. This takes a toll on the psychological and physical well-being of the worker and is ultimately costly to the organization which is left with a less productive worker in the long run (e.g., SCHAUFELI et al., 2001). The challenge is to develop policies that reduce the probability of burnout while maintaining sufficient hours and energy devoted to production.
4. To craft policies which encourage pro-social behavior. Diener and his colleagues (e.g. DIENER ; BISWAS-DIENER, 2008) report evidence that happier people are better citizens at work, e.g. they tend to help others more, do better in social relationships, are more capable in difficult situations, are better liked by others and, on average, are more altruistic and attentive to the needs of others. Policies concerning time use should reward these behaviors.
5. To craft policies that offer individuals control of how they spend their time. Whenever possible, individuals should, at the least, be consulted in matters affecting their time use. The goal is to maximize people’s feeling of control over their time. When done appropriately, this leads to both greater happiness and production both in the short- and, especially, in the long-term.
6. Policies must be sensitive to the cultural context. Cultures differ on many characteristics that reflect fundamental beliefs and values. The previous section described a number of culturally-sensitive temporal dimensions. Policies must be sensitive to these differences and be careful not to apply a policy that may be appropriate in one culture to others.
7. Policies must be crafted with flexibility to optimally match the skills and temperaments of individuals within these cultural contexts. For example, not only are some cultures more oriented toward working on a schedule but, within cultures, some workers may prefer to work on clearly defined schedules while others may prefer to complete their work on their own schedules.
8. Policies must be crafted with sufficient flexibility to take into account the nature of particular jobs and tasks within jobs. In a corporation, for example, some positions may require tight scheduling of time (e.g. accountants during tax time). On the other hands, employees in research and development may be most productive when less tightly controlled.
V. Summary and Conclusions
Time use and time balance are fundamental to well-being both on the individual and societal levels. If one is of the opinion that every individual deserves the opportunity for a certain minimal quality of life than, I would argue, their temporal rights should be protected. The evidence supports the thesis that societies that care about healthy time use at the individual level also benefit as a whole. In conclusion: Good time use is use of time in ways that are seen as meaningful and self-congruent and that benefit one’s family, community and the larger local and global environment. The greater good calls for governments and governing agencies to develop and mandate a universal “Temporal Bill of Rights.”
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