A Revista Estudos Culturais chega agora ao seu número três, no mesmo momento em que o Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da EACH-USP completa seu sexto ano de atuação. O amadurecimento de nossas empreitada é marcado pela amplitude dos temas desta edição da Revista. O campo dos estudos culturais, sempre liberto das amarras disciplinares tradicionais, aparece aqui em várias de suas múltiplas chaves.
A Revista Estudos Culturais chega agora ao seu número três, no mesmo momento em que o Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da EACH-USP completa seu sexto ano de atuação. O amadurecimento de nossas empreitada é marcado pela amplitude dos temas desta edição da Revista. O campo dos estudos culturais, sempre liberto das amarras disciplinares tradicionais, aparece aqui em várias de suas múltiplas chaves.
No artigo “Mídia: o Novo Totem Dessacralizado”, Eduardo Wanderley Martins e Carlos Velázquez tratam da sempre atual questão da função da mídia em nossa sociedade, que estaria mais no âmbito da organização do que no da mediação propriamente. Sua abordagem é considerar a mídia como um sucedâneo das instituições sagradas, daí a imagem do “totem dessacralizado”.
A ambiguidade da palavra guarani é o foco da discussão de Damián Cabrera, em “Literatura Paraguaia/Guarani – Transversalidades”. As relações entre a literatura paraguaia e a literatura guarani conduzem a discussão, levantando questões do terreno da língua, da cultura e da etnia.
Em “O Brincar e o Saber de Experiência”, Madalena Pedroso Aulicino e Daniela Marcílio refletem sobre o problema do brincar na atualidade. Neste momento em que o tempo de infância é permeado pelo tempo da produtividade e do consumo, a discussão mobiliza a tensão entre as dimensões de resistência e de preparo técnico presentes nas brincadeiras.
O tema do feminismo é abordado em chave historiográfica no artigo de Agnès García Ventura, que faz uma avaliação das formas como historiadores do Antigo Oriente Próximo têm abordado a história das mulheres. Em “Investigación feminista, historia de las mujeres y mujeres en la historia en los estudios sobre Próximo Oriente Antiguo”, a autora questiona certas abordagens do feminino na historiografia da Antiga Mesopotâmia que refletem a posição de gênero de seus proponentes.
André Vitor, em “A Higienização do Século XIX e o ‘Contra a Corrupção’ do Século XXI”, estuda o discurso das elites e suas similaridades nesses dois momentos. Os paralelos encontrados nos remetem ao incontornável problema da pouca mobilidade social no Brasil e contribui para seu entendimento ao mostrar como as “camadas superiores” de nossa sociedade formulam seus pensamentos e políticas.
Por fim, este número da Revista Estudos Culturais traz também uma resenha. O texto Memória Coletiva e Identidade Nacional, de Miryam Sepúlveda Santos, é analisado por Mariana Moreira.
Os editores